segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Hipnose!

Lembra daquelas encenações em palco, onde um estúpido indivíduo qualquer finge ser uma galinha, um macaco e etc? Pois é, apesar das grosserias e tosquices destas encenações, há um fundamento científico. Não exatamente nestes picaretas e falsários de palco (engraçado, por que os hipnotizadores de palco no Brasil quase todos, pelo menos os que vi, tem sotaque hispânico? Será se é para dar credibilidade: o estrangeiro passando seu ilustre conhecimento?), mas nos médicos e estudiosos do assunto.
Neste áudio-livro, de um médico (acho, pois a página sobre o autor, no meu livro, está arrancada) chamado Osmard Andrade Faria, ilustra com magnífica e formidável inteligência e convencimento o que significa na ciência o fenômeno do hipnotismo! Vc, por exemplo, já lembrou-se de algum momento em que adormecerá por causa de algo repetitivo (som ou imagem)? Pois então, o sono-hipnótico é um ponto entre a vigília e o sono fisiológico que é provocado por repetições! Mas não é só isso:



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No meio da leitura, enquanto falava as palavras, veio a cabeça imagens do nazismo! É, o nazismo usou de forma sublime, porém para o mal, essa técnica do hipnotismo! Veio-me a mente aqueles grandes congressos nazistas, na verdade cerimoniais quase religiosos mascarados de política, em que bandeiras vermelhas gigantes, com a suástica inclinada (sugerindo movimento), repetiam-se no fundo e na frente das multidões! Antes de Hitler, quase sempre, vinham discursadores monótonos que repetiam suas palavras como se fossem chatas e enfadonhas contagens numéricas! As multidões de soldados ficavam em pé, não podiam passar ao sono fisiológico, senão seria quebra de disciplina (um crime grave na cultura alemã)! Depois vinha o “Führer” e ele sempre começava sua fala de forma mansa e tímida, para depois ir ganhando velocidade e eloqüência! Tática, que agora, com essa leitura, ficou-me clara!
A hipnose, segundo esse livro, é um equilíbrio entre o estado de vigília e o de sono fisiológico! Esse equilíbrio é conseguido com a repetição enfadonha de elementos visuais e auditivos! Na verdade essa repetição leva ao sono fisiológico, se houver condições para isso! Daí que os soldados do nazismo ficavam em pé, diante de elementos repetitivos! Saiam do estado de alerta mas não entravam em estado de sono fisiológico! Daí aparece o “Salvador”, de início nivelando sua voz ao estado atual da platéia de soldados em quase sono fisiológico e levando suas mentes (já que não oferecerão resistência, pois estavam em estado não crítico, não alerta) para onde desejar! È como a lenda do flautista de Hamelin, só que em vez de ratos, eram soldados, e em vez de flautas, palavra! Genial (veja bem, não admiro o nazismo, mas tenho humildade de reconhecer uma tática inteligente no inimigo)!

Finalmente, não só o nazismo usou de tais práticas! Lembro-me de ter assistido a mesma tática acontecer no Brasil, com referência ao Lula e FHC! Será se a política utiliza-se desse meio baixo? Na última campanha p/ presidente do Brasil, a propaganda de televisão do Lula, indiretamente o comparava com uma espécie de “Deus”! Na abertura, a “câmera” passava pela cidade, pela favela, pelos campos, pelas cabanas de agricultores, por bairros pobres, tudo de uma forma repetitiva, até que, depois de tudo isso, a visão da câmera erguia-se ao céu e enquanto o reflexo do Sol diminuía aparecia Jesus, ou melhor, Lula!

Bom, não sei a que grau é usada tais táticas! Só sei que elas são bem reais, pois ninguém acordaria, depois de dormir na frente da TV ligada, se tal TV fosse desligada! Da mesma forma, ninguém, ao adormecer no ônibus, com a boca aberta batendo a cabeça no vidro ou quase colocando-a no ombro do vizinho de assento, acordaria automaticamente no ponto certo onde descer! Isto é, a pessoa não chegou ao sono fisiológico total, mas em um estágio que a manteve ligada a variáveis externas (a TV ou o ponto onde descer)!

Um comentário:

  1. Escutei o áudio e confesso que a musica de fundo deu sono.
    Mais nao foi só isso, sua alteração de voz, as vezes, atingia o ponto onde fica-se acordado mais sem consciência. Me parece ser quando voce tenta ter um "sotaque hispânico".
    Muito bom, obrigado.

    Aurélio Fagundes

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