sábado, 9 de janeiro de 2010

A Carta que mudou o Mundo!

Em pleno colapso e guerra civil, os Incas estavam quando viram pela primeira vez um espanhol! Parte do Império (que já estava em guerra civil) acreditou serem os espanhóis deuses salvadores, a outra parte que eram malditos demônios que os deuses deixaram escapar. Como resultado, tanto uma como outra, desencadearam maiores e valiosos sacrifícios humanos para chamar ajuda dos Deuses ou para reverenciá-los!
Anos antes, os Maias, mesmo sem entender, resistiram com bravura e sangue aos ataques espanhóis! Já os Astecas reverenciou-os como deuses no primeiro momento, para depois, percebido o erro, combater!
No território do atual EUA, os índios Iroqueses e outros, receberam com agressividade os ingleses.
Séculos antes, na África, houve batalhas ferozes nos primeiros contatos entre portugueses e africanos. De semelhante lógica, a agressividade foi o princípio do contato entre os indianos e os portugueses!
De todos os primeiros contatos, na história, entre povos de culturas muito diferente, houve a descrição de extremos: se considerava deuses ou demônios, os que chegavam. Só com a marcha do rumo dos acontecimentos é que as relações se equilibravam, ambas as partes se reconheciam como meros mortais – apesar do desequilíbrio do poder de matar!
A carta de Pero Vaz de Caminha é uma das raras cartas da história mundial que descrevem uma quebra na lógica dos primeiros contatos! Índios e portugueses conheceram-se de forma pacífica, com respeito. Algo absolutamente singular!
Eis então a leitura da Carta:



Para baixar o áudio-livro completo:
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Disso, dessa falta de agressividade (ou de “endeusamento dos portugueses”) dos índios, pode-se tirar algumas hipóteses: que a carta seja falsa! Que Pero Vaz escondeu os momentos de agressividade dos índios! Que os Portugueses já estiveram nestas terras antes de 1500 e os índios nesses contatos já aprenderam a olhar os visitantes de forma mais equilibrada: não como deuses e nem como demônios!
Ser a carta falsa é uma absurda idéia, pois os originais, datados de carbono, e todo um conjunto de outros documentos de época fazendo referências, está lá em Portugal! (Deveria a Carta esta no Brasil, pois em termos históricos é a nossa certidão de nascimento e, portanto, tem mais valor conosco do que com os portugueses!)
Considerando que na época as informações deveriam ser exatas, pois o envio era demorado e custoso, não há um por que de Pero Vaz de Caminha omitir uma suposta agressividade dos índios! Ora, se eles tivessem sido agressivos não haveria como Pedro Álvares Cabral, o capitão, enviar nesta mesma época, utensílios indígenas e desenhos ilustrativos. Além do mais, uma suposta agressividade exigiria urgência em mandar um pequeno exército de conquista! Agora, se os índios tivessem considerado os portugueses deuses, seria até mais vantajoso descrever essa situação ao rei Dom Manuel.
Quanto a hipótese dos portugueses terem chegado antes de 1500, essa sim tem uma grande chance de ser a verdade! Creio que seja a mais provável das realidades. Ora, duas evidências nos dão as pistas.
Primeiro, há de convir que, apesar dos estimados serviços das sucessivas coroas portuguesas a fé católica, a Igreja sempre defendeu os Espanhóis. Em todas as arremetidas e tentativas frustradas dos espanhóis de conquistarem o território de Portugal (desde 1149), a Igreja Católica sempre auxiliou com informações e apoio a Espanha! Achavam que sempre deveriam estar ao lado do mais forte! Daí pensavam: “o mais forte é o que tem mais terras!”
Mero engano! Mas engano tal que levou os Papa em diversas bulas, que dividiam o mundo (terras descobertas e por descobrir), dar a maior parte das terras a Espanha. Por todos os critérios a Espanha sempre levava vantagem!
Em 1481 o Papa Sisto IV deixava à Espanha, através de uma bula, o domínio das terras acima do Equador. Tempos depois, após a chegada de Cristóvão Colombo em 1492 na América central, o papa Alexandre VI, sem consultar ninguém, declarou uma nova divisão em que garantia a América inteira (do Sul argentino até o Canadá) aos Espanhóis! Foi a Bula Inter Coetera, 1493.
Os portugueses, sentindo que não iam conseguir convencer o papa, resolveram ter-se diretamente com os Espanhóis! Depois de muitas discussões e encontros, na cidade espanhola de Tordesilhas, cedendo ali e ganhando aqui, os portugueses conseguiram o tratado que lhes garantiam um pedacinho das terras americanas. Uns 40% do atual Brasil. Foi então o tratado de Tordesilhas, em 1494.
Ora, por que os portugueses tanto insistiram com esse tratado, cedendo em muito em algumas questões comerciais, se não tivessem alguma certeza? Para que contrariar as ordens de dois papas (Sisto e Alexandre), que na época eram como intermediadores de Deus com os homens? Portugal só tinha 1/5 de gente que a Espanha na mesma época (apesar disso, venceram todas as tentativas dos espanhóis em anexar o pequeno reino – com exceção de 1580, mas neste ano não foi guerra e sim um acordo), para que provocar o gigante se a Portugal já cabia boa parte da África e a rota do caminho a Índia!
A segunda pista é a rota que Pedro Álvares determinou! Depois de estar próximo da África, a leste, por que então começou ele a navegar dias e noites em mar aberto a oeste? Será se os portugueses, os mais hábeis navegadores europeus da época, não sabiam diferenciar leste de oeste? Claro que não! Pedro Álvares estava seguindo orientações já determinadas e sabia que apesar de se afastar do litoral da África e navegar rumo ao “infinito azul”, chegaria a um lugar que deveria chegar, por ordem, provavelmente secreta, do Rei Dom Manuel! Se não, para que arriscar?
O mais provável é que outro navegador tinha feito essas rotas anteriormente, e por isso pode-se afirmar que em 22 de abril de 1500 foi a primeira chegada dos portugueses, DAQUELES PORTUGUESES.
Os índios já deveriam conhecer e estar se perguntando uns aos outros: o grande falecido pajé disse ter visto brancos parecidos com esses? Não foi? Sim?

4 comentários:

  1. Olá, de facto é correcto afirmar que a Carta é mais importante para vós do que para nós portugueses! No entanto, deixo aqui que não foi decisão portuguesa de ficar com a carta, foi sim o próprio Brasil que assim quiz! Os restos mortais de D.Pedro IV (D. Pedro I vosso) estavam em Portugal fez-se a opção para o gov. do Brasil: Ficastes com a Carta ou com os despojos de D. Pedro? Escolheram os restos de D.Pedro! Portugal ficou com a Carta, pois os dois são importantes para nós tb!

    Parabéns pelo blog, apesar de ser meio esquisito escutar-te com este sotaque brasileiro, mas acostumarei-me - afinal, nós portugueses temos que reconhecer que 85% dos lusófonos são brasileiros!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. EIS A FAMOSA E HISTÓRICA CARTA!

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  4. ESSA CARTA TEM HISTÓRIA!

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